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KINDERGARTEN - JARDIM DA INFÂNCIA

Até a década de 1970 à dentro, não havia legislação clara no Brasil quando à obrigatoriedade do ensino anterior à 1ª série do Primário – hoje, 2º ano do Ensino Fundamental. Entretanto, a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) de 1961 definia a educação pré-primária como aquela que acontece em escolas maternais e jardins de infância. Estão incluídas aí escolas maternais e jardins de infância criados por iniciativa de empresas e outras entidades – no caso, o Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre.


Posteriormente, em 1971, nova lei que revogava a de 1961 (a Lei nº 5.692 de onze de agosto de 1971), estabeleceu em seu artigo 19, § 2º que “[...] os sistemas de ensino velarão para que as crianças de idade inferior a sete anos recebam conveniente educação em escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes”. (FILIPIM, Priscila de S. et all. “HISTÓRIA DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL”, in: Revista ISTEDBR, issn 1676-2584, pp. 612-613)



Foi neste contexto de não obrigatoriedade do ensino infantil e de grande flexibilidade de jardins de infância, que o Centro Cultural 25 de Julho criou e manteve Jardins de Infância desde seus primeiros anos. Afinal de contas, tratava-se de uma sociedade com finalidade cultural e educativa. O primeiro jardim de infância foi levado adiante pela Tante Lucie Becker, funcionando ainda na sede antiga! (Atas de Reunião da Diretoria, de 14 de dezembro de 1953 e de 13 de julho de 1959).


A Ata da Reunião de dezembro de 1953 aponta sobre a criação deste Jardim de Infância: “... O Sr. Fazer, em colaboração com um grupo de senhoras de nossa entidade, paresenta à Diretoria a lista da ‘Comissão Organizadora do Departamento Infantil’. Fazem parte da mesma as Sras.: Dr. Albers, R. Metzler, Kronixfeld, Hess, Baur, Hofer, sendo nomeado consultor jurídico o Dr. J.B.B. Madaleno.”

 

Ora, a essas alturas da exposição o público já deve estar chamando esta historiadora de feminista, e não sou. Talvez me torne, pois ler o relato histórico de mulheres que foram ativas profissionais – ainda que em atividades “de mulheres” – e quando esperamos ler os seus nomes, que lhes conferem identidade e um lugar na História, esta mesma identidade lhes é subtraída, ao constar ali apenas os nomes de seus maridos?! É assustador. Palmas para quem lutou e luta pelos direitos das mulheres.

O leitor que conhece os dignos senhores citados e suas digníssimas esposas pode, por favor, completar os nomes delas?

 

Este Jardim de Infância iniciou suas atividades mais tarde, mas ainda na década de 1950 e na sede da Cristóvão Colombo, atendendo às exigências legais que, de início, dificultaram a instalação. Ele foi frequentado por uma querida conhecida do “25”, Elise Süffert, de acordo com lembranças de sua irmã mais velha Helga. Esta nos conta que seu pai buscava ela na escola e Elise no Jardim de Infância do “25” que era em frente à antiga cervejaria Brahma. “Lembro que tinha um cheiro forte de cevada ali, e eu não gostava. Ficava esperando no carro, enquanto papai entrava, tomava um chope e pegava Elise.”


O pai delas era um dos sócios-fundadores – daquele que assinaram a Ata de Fundação do Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre – Eduardo Süffert. Em sua infância, adolescência e vida adulta, a atuação de Helga e Elise no “25” foram intensas, tendo integrado também o Coral Misto 25 de Julho [Link para o livro em venda], os festejos, a piscina, e levado para este Centro Cultural seus filhos. O filho de Helga, Vicente Hennemann, até hoje é cantor do Expresso 25 e seus pequenos, agora começam a frequentar a entidade.

O Kindergarten contava sempre com um grande número de crianças, entre 70 e 80 alunos. De modo que o ano iniciava com número bem menor (encontramos relatos de 30 e 25 crianças), e seguia crescendo ao longo do ano.


Depois de Lucie Becker, quem marcou época no “25” foi a Tante Elly [link para capítulo Tante Elly], iniciando suas atividades profissionais no Centro Cultural 25 de Julho em março de 1961 através do Kindergarten, onde atuou durante quatro longos e profícuos anos. Preencheu o lugar da professora anteriorque teve de se retirar por quatro anos.


As atividades com as crianças eram intensas. Tante Elly ensinava bordado, elas aprendiam também música e teatro, o que era apresentado no Centro 25 de Julho para o público!

 

Em entrevista, uma das filhas de Tante Elly, Mariane Kohlmann nos conta em meio a rizadas que, quando ela já era maiorzinha, com seus 13 ou 14 anos, a mãe inventava de fazer teatro da Branca de Neve e os 7 Anões e.... “pra quem sobrava o papel da Rainha má? Para mim aqui, ó! Só por que não era mais criancinha, mas tinha de entrar na dança!” 😄


Legenda da Foto 01

Legenda da Foto 02.
 

Legenda Foto 3.
Legenda Foto 05

Tudo isso resultava em apresentações de música ou teatro nos dias das mães, dos pais, natal... tudo era motivo para celebração.


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