Ao longo destes 70 anos o Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre sempre investiu muito na criança e no adolescente. Muitas foram as iniciativas de ensino e formação de pequenas orquestras e corais, movimentos foram realizados em torno disso e grandes músicos se formaram neste ambiente. Hoje essas crianças são músicos da Orquestra do Theatro São Pedro e de outras orquestras, cantores do Expresso 25, cantores solo ou de outros grupos, e também professores e formadores de novos cantores e músicos, como por exemplo Federico Trindade e Juliana Figueiredo à frente do Grupo Upa.
Você é um deles? Levanta o dedo, diz seu nome e fala de sua experiência no chat abaixo!
Alguns exemplos dessa história:
No final da década de 1970, formou-se uma Orquestra e Coral Infantil com regência de Nikolas Fidantsef, que atuou durante alguns anos. As crianças eram selecionadas, formando um grupo de doze integrantes. Apresentavam-se em diversos eventos e entidades, tendo feito inclusive uma gravação na televisão, Canal 10. Este regente conseguiu apoio junto à Secretaria de Educação, e o “25” adquiriu cerca de 20 violinos, violoncelo e contrabaixo para a orquestra, incentivando a educação.
Orquestra infanto-juvenil com o regenteFidantzef entre 1980 e 1990.
Em dezembro de 1979, segundo relatório apresentado pelo então coordenador Adelmo Ely, a Orquestra e Coral Infantil gravou na TV Gaúcha – Canal 12 (atual RBS), e fez concertos natalinos na Igreja São José, Igreja da Reconciliação, Igreja Episcopal e Escola Salvador. Uma atividade intensa!
A função de grupos infanto-juvenis de dança, canto e música foi uma constante também nas décadas seguintes (1980, 1990 e 2000). Os grupos infantis inclusive se dividiram entre os maiorzinhos e os menores. Quem marcou o ensino e regência do coral infantil foi Jaqueline Barreto. Era uma movimentação grande! Os pais auxiliavam, criando eventos e festivais como, por exemplo, o Musidança, que ocorreu sob a presidência de Olavo Fröhlich que, à época também tinha seus filhos em meio a este aprendizado. O Musidança foi realizado três vezes na década de 1990 com participação de grupos de fora do “25” também, sob coordenação artística de Elisabeth Hack.
Os grupos infanto-juvenis de dança, canto e música se mesclavam, pois as mesmas crianças que faziam atividades num, muitas vezes faziam noutro grupo também, ou então iam de um grupo ao outro. Este relato é confirmado por Denis Simões que foi uma destas crianças, tornando-se, depois, diretor e professor do Grupo de Danças e presidente do “25”. Quando ele já era jovem, as irmãs Valentina e Macarena Trindade, filhas de Pablo Trindade e Fernanda Nóvoa, foram suas alunas neste grupo. Macarena também cantou no coral infantil coordenado por Jaqueline Barreto.
Do grupo infantil, muita gente migrou para o juvenil, e, de lá, para o Expresso. Alguns nomes são Martina Fröhlich, Rafael Körbes, Juliano Barreto, Macarena Trindade e Martina Hermany.
Trazer estes nomes é importante, pois, além de dar vida à história, aponta para uma característica basilar da História do Centro Cultural 25 de Julho:
As famílias vão se aproximando e acabam por atuar juntas no Centro, proporcionando educação cultural a seus filhos e, como consequência, assegurando a continuidade da formação de artistas e líderes, seja atuantes no “25” ou em outro lugar.
A família de Pablo e Fernanda, por exemplo, atua no “25” desde 1996 fazendo arte e educação artística. Hoje, seus filhos são músicos e professores, cantam no Expresso 25, e seu filho Federico Trindade também desenvolve um projeto inovador de canto coral com o Grupo Upa!, já há vários anos. Hoje contam com o Grupo Upa!, e o Upa Jovem. Integram o Projupa.
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A partir de 2020, em meio à pandemia, Fernanda Nóvoa colocou em prática um projeto que já vinha alinhavando: o coro infantil Upita!, num trabalho on line até o momento, dentro do Projeto Gira Arte. Fernanda já vinha trabalhando com crianças desde muito tempo. Na década de 2000 criou o Coralito – grupo infantil – e Mulheres em Canto, no “25”.
MULHERES EM CANTO
Este foi grupo coral que “fez e aconteceu” ao longo de seis anos de existência (2003 a 2008). Fernanda Nóvoa relata que para a formação do Mulheres em Canto fez-se uma chamada no jornal e apareceram 40 mulheres para participar! Entre estas, muitas não tinham experiência de canto coral, mas Fernanda se propôs a trabalhar com elas. A regente, junto às cantoras mais experientes, conseguiu preparar o coral para em três meses realizar sua primeira apresentação.
Na sequência dos trabalhos, o grupo se aperfeiçoou e se apresentou em muitas oportunidades diferentes, incluindo, claro, eventos do Centro Cultural 25 de Julho. Fernanda conta: “Organizamos vários encontros no 25. Era um coral que trabalhava e apostava nos eventos do “25”.” Estes eventos eram tanto a reunião de diversos grupos corais da cidade e de fora da cidade, como também a criação de brechós e jantares cantantes. Os brechós eram realizados para fazer um “caixa” para o grupo, o que ajudou nas viagens e outras realizações.
O grupo também viajou muito. Participou de Festivais de Coros, da Árvore Cantante do Natal Luz de Gramado/RS, e realizou, inclusive, duas viagens para Montevidéu.
O repertório incluía músicas das mais diferentes etnias, com as mulheres cantando em diferentes línguas: alemão, Inglês, português, espanhol e uma língua africana. Os arranjos foram feitos por Pablo Trindade especialmente para o grupo Mulheres em Canto. Pablo também acompanhava o grupo ao piano, e Federico Trindade, na percussão. Os figurinos eram desenhados por Rafael Körbes, estilista de moda, mais um artista formado dentro do Centro Cultural 25 de Julho e, à época, integrante do Expresso 25.
HISTÓRIA RECENTE
De alguns anos para cá o Centro Cultural 25 de Julho está investindo muito na arte para crianças. Um grande projeto está sendo levado adiante, o Gira Arte. Um dos trabalhos dentro do Gira Arte é o Ateliê dos Arteiros, coordenado por Anelore Schumann e Ana Tedesco. O projeto já existe há 11 anos, mas foi adotado pelo Centro Cultural 25 de Julho em julho de 2018, por sua grande qualidade de trabalho de pintura, desenho e criatividade com as crianças. Nas imagens que seguem pode-se ter uma ideia das últimas exposições, resultantes deste lindo trabalho.
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Na imagens que seguem vemos a última Mostra de pinturas das oficinas do Ateliê, ocorrida entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020 no Centro Cultural 25 de Julho. Chama-se Gatos e Paisagens.
A coordenação do projeto é da artista visual e psicanalista Anelore Schumann e as oficinas são ministradas pela Ana Tedesco. A mostra teve curadoria de Susana Fröhlich e Katia Kneipp.
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