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04 - Coro Masculino

Na verdade este grupo começou a se formar ainda antes do Centro Cultural 25 de Julho! Hoje “esses moços” completam 71 anos de existência! Como já soubemos do início desta exposição, desde sua chegada ao Brasil, os imigrantes alemães sempre se reuniam em rodas de canto e cultivo de música. Bem, com o passar do tempo, as práticas de canto em conjunto foram se aprimorando e se consolidaram excelentes corais aqui no sul do país.


O Coro Masculino do 25 de Julho, que hoje já é um respeitável senhor de 71 anos de idade, um dia foi menino, herdeiro desta cultura. Mas foi herdeiro mesmo, direto, filho de outro coral. Entre os mencionados corais de imigrantes, existia um grupo, desde o longínquo ano de 1881, chamado Sängerbund Eintracht. Traduzindo, este nome significaria algo como Associação de Cantores Unidos. Este Coro apresentava-se por todo o Brasil integrando-se através da música. Suas atividades seguiram até 1938, quando o governo Getúlio Vargas proibiu se cantar, falar ou fazer qualquer manifestação da cultura alemã no Brasil. À época, aqueles senhores que cantavam foram calados e interrompidos em seus encontros e atividades. Você pode encontrar detalhes desta história no Livro Comemorativo dos 50 anos do Coro Masculino (disponível para leitura no Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre).

Sängerbund Eintracht - vencedor da competição de corais em 1924
Sängebund Eintracht 1881

Mas a vontade, sentimentos e pensamentos do Sängerbund se mantiveram. Passados esses anos turbulentos, a partir do final da II Guerra Mundial, paulatinamente foi permitida novamente, pelo governo brasileiro, a manifestação cultural alemã no Brasil. Prontamente, em 14 de maio de 1950, alguns daqueles cantores passaram a se reunir novamente, em suas casas mesmo, agregando novos cantores, trazendo as partituras e documentação do Sängerbund, mas formando o Männerchor – Coro Masculino. Assim, todo o material de música, e mesmo troféus de competições, símbolos e bandeiras do Sängerbund Eintracht passou a fazer parte deste novo grupo que se formava, herdeiro do anterior. Abaixo podemos ver um exemplo das partituras do Coro. Observe que elas trazem o carimbo do Sängerbund! Este é um documento histórico, secular, que se encontra no acervo – ainda não organizado – do Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre.




Como já explanado, sabemos que os descendentes de alemães eram conhecidos uns dos outros, ou tornavam-se conhecidos. Em fins da década de 1940 e inícios de 1950 estavam em fase de articular-se e apoiar-se mutuamente.

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Por isso este grupo de homens tinha contato com entidades e empresas da cidade. Alguns deles eram co-fundadores do Centro Cultural, ou conhecidos destes. Sabe-se, assim, que este grupo de homens chegou a ensaiar no refeitório da fábrica Renner e na Igreja da Paz, apoiados pelo Pastor Schlieper – sócio fundador do “25”. Estes relatos constam do livro histórico do grupo. São indícios da rede de pessoas articuladas.

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De qualquer maneira este grupo precisava de uma sede e, também precisava se institucionalizar, ter um rosto, um nome e uma identidade. Com a fundação do Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre em 1951, então, o grupo se associou à proposta deste Centro Cultural, percebendo que estaria formando algo maior, levando adiante não só a cultural alemã, mas também as artes e a possibilidade de estarem vinculados a uma comunidade com que se identificavam.

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Esta adesão à Instituição mencionada foi um processo. Não aconteceu da noite para o dia. Mas ao final do processo, pode-se dizer que o Männerchor foi nomeado Coro Masculino 25 de Julho de Porto Alegre.



Coro Masculino entre Déc 1950 e 1960
: Max Brueckner regendo o coral entre 1959 e 1964

Abaixo estão os nomes e fotos de alguns dos regentes que passaram por este Coral ao longo dos 70 anos.


• Gotthold Schuler, 1950-51


• Karl Katzmann, 1951-52


• Oscar Zander 1952 – 55


• Max Breuel 1955 – 57

(pai do Max Breuel que dá nome à sala do “25”)



• Alberto Mattis, 1957 – 59



• Max Brueckner 1959 – 1964



• Aloisius Staub, 1964 – 1973



• Agostinho Ruschel, 1973 – 2017


• Igor Ruschel – 2017 até hoje.


Igor é filho de Agostinho. Em memória de seu pai, falecido há pouco, em 2021, faz uma homenagem a seu pai, em nome do Centro Cultural 25 de Julho, pelas tantas décadas dedicadas a este coral.


“No dia 28 de março de 2021, o maestro Agostinho Ruschel, regente do Coro Masculino 25 de Julho de Porto Alegre por 43 anos ininterruptos, deixou-nos para entrar na eternidade. Porém, sua história com esse grupo nos faz celebrar sua gloriosa passagem e sua alegre memória nos corações e mentes de todos os que foram tocados por seu trabalho musical.

Lembrar e homenagear Agostinho Ruschel, o maestro mais longevo do “25” até aqui e um dos regentes fundamentais da história desse estado, é falar não só de seus incontáveis feitos à frente do Coro Masculino, mas também dar continuidade ao seu legado, pela tradição e adaptação. Descanse em paz, Maestro, que sua obra jamais será esquecida, nem pelas pessoas queridas, nem pelas salas ou pelo salão do “25” que ainda ecoam sua voz, seus gestos e seus toques ao piano nos ensaios e nas apresentações.”













Este grupo era ativo também em tournées, fazendo intercambio e se apresentando em outras cidades, estados e países. Particularmente, para os grupos do Centro Cultural 25 de Julho, as viagens à Europa sempre foram o ponto alto. Para lá viajaram em 1989, fazendo, em sua volta, a apresentação de um extenso relatório de viagem, livro constante no acervo do “25”. Como resultado do trabalho artístico, gravaram diversos LP’s (discos) e Fitas K7 e, mais tarde, CD’s.



Postal do Coro Anos 2000
Auditório Imperial de Petropolis - RJ - Ago/78











Segundo depoimento de Arlindo Mallmann, o Coral Masculino 25 de Julho tinha, lá nos idos dos anos 1960, alguns dos melhores baixos de Porto Alegre. Eram Max Breuel, João Sigismund Baldauf e seu filho Nelson Baldauf. Com certeza é por este motivo que também outro cantor, Renato Kops, fala do orgulho que sentiu ao ingressar no Coral em 1996 e ser posicionado, pelo maestro Agostinho Ruschel, na fila dianteira do grupo, ao lado de Max Breuel, a quem tanto sempre admirou.



Sigismund Baldauf e Valter Wenklask
Coral 1968











O saudoso Max Breuel (filho), líder do grupo durante muitos anos deixou registrado um depoimento muito interessante no livro do cinquentenário do grupo. Conta um feito marcante:

 

“O episódio mais interessante do Coro Masculino foi, na minha opinião, a nossa apresentação na Catedral de Nôtre Dame em Paris, durante a nossa tournée em 1989. Conseguimos autorização para cantar apenas dois cantos, mas depois vieram dois padres correndo e pediram que cantássemos mais. A acústica daquela Catedral é simplesmente fantástica e o eco que se produz pode facilmente derruba coros menos preparados.”

 

Max Breuel à frente do grupo que liderava.

Na mesma entrevista Max Breuel deixou registrado o que também ouvimos em depoimentos de outros cantores do Coro Masculino e do Coro Misto (atual Expresso 25): que as tournées influenciam muito no desempenho do coral, trazendo experiência e maturidade ao grupo, bem como confiança em seu trabalho.

Para as comemorações dos 50 anos deste Coral, foi formada uma comissão de cantores: Arno Müller, Rodolfo Zarpe, Renato Kops e Verner Black, sob presidência de Max Breuel.

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A foto que segue certamente trará lembrança querida e nostalgia a muitos. Foi feita e dedicada ao regente Aloisius Staub com as seguintes palavras escritas no verso:


“Ao amigo e maestro Prof. Aloisius Staub, como recordação da festa de Cantores (Sängerfest) que a Sociedade Aliança de Novo Hamburgo organizou por ocasião do seu 80º aniversário de fundação e na qual o Centro Cultural 25 de Julho de Porto Alegre, com seus coros tão brilhantemente participou.”


Aloisius era, de fato, um regente muito querido tanto do Coro Masculino como do Coral Misto 25 de Julho. Esta Sängerfest em Novo Hamburgo ocorreu em julho de 1968, conforme registro no álbum fotográfico do Centro Cultural 25 de Julho.


Julho de 1968 com regência de Aloisious Staub
Aloisius regendo o coral - Entre 1960 e 1970

Com o atual regente, Igor Ruschel

No capítulo sobre as famosas festas do Centro Cultural, o leitor encontrará mais detalhes sobre como aconteciam os bailes, galetos e festas do Coro Masculino. Na foto que segue, temos uma amostra em imagem destes dias deliciosos de confraternização!


3o baile do Coro Masculino - outubro de 1971

O Coral Masculino numa apresentação atípica em seus hábitos, mas típica do Rio Grande do Sul.

O Coral em 1997 - Max Breuel, 2o da esq.



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